segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Pobreza do futebol na Copa do Mundo de 2010


Um a zero, zero a zero, um a um, dois a zero é goleada! Esse é o futebol apresentado até ao 32° jogo da copa de 2010. Futebol que privilegia o sistema defensivo e a força física, em detrimento à habilidade individual dos jogadores. As seleções que têm jogadores mais qualificados também sucumbem a onda de considerar mais importante formar um conjunto competitivo com operários da bola, que nem sempre são qualificados, em vez de agrupar craques para se formar um conjunto.
As recentes copas do mundo confirmam a tendência dos treinadores de montar esquemas táticos de forte marcação e com poucos jogadores de ataque e o resultado não poderia ser diferente, médias abaixo de 2,5 gols por partida nas últimos mundiais.
Em cada copa cria-se um aspectativa de assistir a grandes jogos, no entanto, o público acaba desiludido com a falta de iniciativa das equipes que preferem jogar a partir do erro do adversário, ao invés de praticar um futebol vistoso que busquem o que é mais sagrado do futebol, o gol.
Há quase um consenso por parte de técnicos que o futebol arte jamais voltará a existir, embora muitos times de futebol ainda têm como filosofia o jogo bonito, como é o caso de Barcelona e Arsenal que são referência de futebol de qualidade. Infelizmente, grandes jogadores quando chegam ao mundial, deparam com a falta de ousadia da maioria dos treinadores das seleções mundiais, que não sabem aproveitá-los adequadamente para o torneio mais importante do mundo. Além disso, vale destacar, que o inicio da Copa do Mundo, começa no final da temporada européia, quando a maioria dos jogadores estão esgotados fisicamente, em razão de um calendário que obriga a jogar partidas a cada três dias.
Até agora a Copa de 2010 registra em média pouco mais de 2 gols por partida e só uma possibilidade remota de que a média de gols aumente nos últimos jogos. Os burocratas, as multinacionais, as redes de televisão não perdem nada com o fraco futebol apresentado até agora, ao contrário ganham muito dinheiro, quem perde é o público, obrigado a acompanhar partidas modorrentas e com equipes muitas vezes mal treinadas e que são condicionadas a atuar de maneira pragmática para vencer as partidas.
O futebol simplesmente reflete a mentalidade conservadora hegemônica no mundo. Nada de utopia, nada de criação, nada do nada. A copa precisa ser reinventada assim como o mundo.