sábado, 12 de setembro de 2009

Eliminatórias: O pesadelo argentino


Não é de hoje que a seleção argentina sofre em eliminatórias da copa do mundo.

Veja o histórico da selección:

1970: A Argentina figurava entre as melhores seleções do mundo e contava com craques como o goleiro Cejas, Perfumo (um dos maiores zagueiros da época), Marzolini, Brindisi, Yazalde. O bom retrospecto na copa da Inglaterra, onde foi eliminada apenas pela anfitriã em uma polêmica partida nas quartas-de-final e, a possibilidade de vencer pela primeira vez a copa do mundo, enchia de esperanças os argentinos. No entanto, a equipe teve em seu grupo a Bolívia e a excelente seleção peruana de Cubillas e Chumpitaz. Nos primeiros dois jogos, duas derrotas fora de casa, uma para a Bolívia em La Paz e, a outra pelo Peru em Lima. Nesse momento suou o apito de alerta. Perder para a Bolívia na altitude é normal e para o Peru?
Sem se dar conta do perigo, a Argentina nem deu tanta bola, pois acreditava que reverteria a situação nos últimos jogos e dessa forma, empataria com os dois times da chave em números de pontos. Tudo deu errado. Uma magra vitória por 1x0 (de pênalti) contra a Bolívia já mostrava os primeiros sinais no que resultaria na desclassificação para a copa de 1970. No último jogo, o empate com a seleção peruana em 2x2 na Bombonera eliminou os argentinos, na única vez que eles foram desclassificados em uma eliminatória. O Peru ficou com cinco pontos, a Bolívia com quatros e, a Argentina ficou na lanterna do grupo com três pontos.

1974: A Argentina encontrou novamente a Bolívia em sua chave de grupo, acompanhados pelo Paraguai. Para não ser surpreendida pela altitude de La Paz, como ocorreu a quatro anos antes a seleção platina, criou um time pirata formado apenas por novos jogadores que tinha como destaque o atacante Mario Kempes, para se ambientar durante um mês na altitude. Resultado 1x0 para os argentinos. A luta ficou contra os paraguaios que contava com o excelente zagueiro Reyes do Flamengo. Na última partida, a Argentina se classificou por 3x1, um resultado muito questionado pelos paraguaios, devido a péssima arbitragem que acabou beneficiando o selecionado albiceleste. Na Copa de 1974, la selección não passou de uma modesta 8° posição, sendo atropelada pela Holanda por 4xo e eliminada pelo Brasil por 2x1.

1986: O ano que consagrou Diego Maradona, como um dos maiores jogadores de todos os tempos, la selección também sofreu nas eliminatórias para conseguir uma vaga na Copa do Mundo no México. Problemas internos entre Passarella (um dos grandes zagueiros na época) e Maradona acrescentados pela forma defensivista de Carlos Bilardo quase criou um racha no elenco. A ausência de Ramón Diaz, principal atacante argentino, desafeto declarado de Maradona serviu para colocar mais lenha na fogueira. Novamente, o Peru foi o adversário a ser batido pelos argentinos. E quase estragou a festa argentina no Monumental de Nuñez quando vencia por 2x1. A Argentina que precisa apenas do empate conseguiu a façanha nos últimos minutos, após uma grande jogada do zagueiro artilheiro Daniel Passarella que classificou os albicelestes.
Na Copa de 86, a situação ficou mais tranquila com a contusão de Passarella na vésperas da Copa, e sem nenhum craque à altura, Maradona conseguiu liderar uma equipe medíocre ao título da Copa e quase repetiu o feito quatro anos depois em 1990.

1994: A Argentina era a grande favorita junto a Alemanha ao título da Copa de 1994. Desde 1990, estava invicta e tinha vencido as duas últimas edições da Copa América de 1991 e 1993 e a Copa da Confederações de 1992. Contava com grandes jogadores como Batistuta, Caniggia, Ruggeri e o astro Fernando Redondo.
Foi então que no dia 5 de setembro de 1993, aconteceu algo inunsitado a equipe blancoceleste levou uma goleada histórica da Colômbia no Monumental de Nuñes 5x0. O resultado provocou a expulsão do goleiro Goicochea (considerado um dos responsáveis pelo vexame) e o retorno de Maradona para a seleção. A Argentina foi obrigada a disputar uma repescagem contra a Austrália para se classificar a Copa de 94 e conseguiu vencer por 1x0 no último ato.
Durante os primeiros jogos, la selección deslumbrou o mundo com um futebol envolvente liderado novamente pelo eterno Don Diego. No entanto, El pibe de Oro foi sorteado no exame anti-doping e foi expulso da copa. Sem Dieguito, a equipe perdeu sintonia e foi eliminada preconcemente pela boa equipe romena, comandada por Hagi.

A Argentina e o inferno das eliminatórias


A Argentina, mum dos países mais tradicionais no mundo da bola, corre o risco de ficar fora da próxima copa do mundo, graças a atitude insensata do presidente da AFA (Associación Argentina de Fútbol), Julio Grandona que permitiu ao ex-craque Diego Maradona assumir o selecionado blancoceleste após a demissão de Alfio Basile.
Maradona assumiu la selección no final do ano passado com a missão de dar cara nova a equipe que nos últimos anos não tem conseguido grandes resultados. Grandona que teve atrito com Don Diego no passado lhe ofereceu o cargo de diretor técnico e com a tarefa de reerguer a alma argentina para ganhar a próxima copa do mundo.
Tanto um como outro caiu com os burros n'água.
Maradona sempre se comportou como maior sabichão do futebol e, fazia questão de se autoproclamar a pessoa ideal para conduzir a seleção argentina e, muitas vez, questionou os trabalhos dos treinadores que passaram pela albiceleste muito deles desafetos como Daniel Passarella. E, também envolvia-se em polêmica com o todo poderoso Julio Grandona
O presidente da AFA para calar Dieguito e dar satisfação aos insucessos obtidos pela seleccíon lhe deu o cargo que tanto almejava. Técnico da Seleção argentina, acompanhado pelo ex-jogador Mancuso e pelo ex-técnico Carlos Bilardo.
Os péssimos resultados obtidos na eliminatórias para a classificação da Copa do Mundo renderam sérias críticas ao trabalho de Maradona. A imprensa e grande parte da torcida, até então anestesiados pela figura do mito, questionam a sua permanência no cargo da seleção argentina.
A Argentina está na corda bamba nas eliminatórias e a saída mais sensata é a renúncia de Maradona, antes que seja tarde.